quinta-feira, 28 de maio de 2009

Alma de merda

Seguro minha alma para que ela ainda não vá embora com aquela merda toda.
O ralo traga a água, mas não a merda.
Será que ele tragará minha alma quando eu soltá-la ou vou ter que pedir para o Inferno?

Alma, você tem mais duas chances. E olha que sempre detestei números pares. Mas é isso. Duas.

VS.

obs - este texto cheira mal.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Cocôlandia

Não sei exatamente qual o motivo, mas me deu uma vontade de escrever sobre cocô.

É, aquilo que fazemos todos os dias, ou não. Eu não vejo nenhuma beleza em qualquer cocô e nem acho que o meu filho fará um cocô lindo ou bonitinho. Mas é seu filho! Sim e ele será muito comum em pelo menos um ítem: o cocô. Ele fará cocôs fedidos sempre. Acho importante dar um jeito de garantir isso.

Todas as situações ligadas ao cocô costumam ser constrangedoras. Só quando se é bebê que o cocô não vira história. Mas quando vira, pode ter certeza que é de dar muita vergonha. A descarga quebra depois que você fez cocô. E nem precisa ser aquele cocô, pode ser um pequenino e tímido. Fica difícil chamar alguém para consertar, porque esta pessoa vai acabar levantando a tampa da privada e conhecerá uma de suas partes mais íntimas. O cocô então fica lá adormecido, naquele cubículo de pouca água. Dois ou três dias depois do início da hibernação, a água já virou lama. Vai chamar o conserto agora? Claro que não. O moço ainda vai achar que você estava com diarréia. A situação fica grave em poucos dias.

O tempo passa e você continua sem usar o seu banheiro e preocupada com aquele tempo prolongado de hibernação. Nem chegamos no inverno. Será que esperar até o inverno é uma boa saída? O cocô se desintegra depois de tanto dormir na água? Ai, não. Nada disso. Talvez seja uma boa evacuar a casa e chamar o zelador. Viajar para bem longe enquanto ele dá uma olhada na merda que você fez. Seu cocô de merda! E como olhar para o zelador depois? Ele sabe que aquele cocô é seu. Está no seu banheiro. Claro que alguém poderia ter usado o meu banheiro para isso, mas vai ser muito difícil convencê-lo disso. E não preciso esticar a piada. Depois que o cocô partir, o assunto pode ser encerrado.

Também não posso começar a tratar o moço melhor do que já trato. Ele não vai passar a gostar do meu cocô só porque eu tenho distribuído sorrisos todos os dias. Tá. Não vou falar nada. Tenho que saber que serei para sempre a garota do cocô! Ele vai lembrar disso para o resto da vida e eu também. Teremos um segredo do qual jamais vamos conversar sobre. Isso é, se ele entender que é um segredo, caso contrário, todas as aracterísticas do meu marronzinho-íntimo serão descritas no relatório do condomínio que é publicado no quadro de avisos!

Vou me desapegar do cocô e chamar o zelador agora. Preciso sair de casa também. Tenho que pedir para alguém atendê-lo. Serão duas pessoas conhecendo o marronzinho. Ai Deus que eu não acredito! Será que se eu acreditar muito em você, o Senhor termina com essa hibernação fora de hora?

Interfone na mão. Chave do carro na outra. Preciso que o zelador suba aqui. Tchau, o elevador chegou!

VS.


obs - este texto não tem cheiro.

domingo, 24 de maio de 2009

Batendo papo com Jonas Brothers!

Um coro de meninas de onze anos em êxtase acompanha sem perder uma letra das músicas de Jonas Brothers. Um barulhão só! Imagino que eles estejam vendo um monte de sorrisos rasgados e lágrimas de emoção! Já me senti assim em shows, mesmo agora que não tenho mais onze anos. E me deu uma vontade de ir gritar com aquelas garotas, de ser histérica por rostos bonitinhos e charmosos!

Isso era melhor do que eu pensava. Uma época na qual sabemos menos e ainda podemos culpar a inocência. Os anos passam e eu ocupo o meu silêncio com qualquer coisa que parece ter menos graça do que aquela multidão no Estádio do Morumbi.

Tá. Prometo que paro por aqui. Não vou sair correndo para comprar a Capricho. Nostalgia boa assim vale a pena.

VS.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Para nascer sem morte - Clint

Me deu uma urgência de conhecer Sir. Clint Eastwood.
Acho que se eu morrer sem conhecê-lo, vou morrer com dor. Vai ser triste.

Tudo parece pouco possível, mas e se não for? E se estou caminhando em um parque e cruzo com Sir. Clint Eastwood? Assim foi com W. Allen. Não posso correr o risco de emudecer nesta cena. Quando o coração bate forte demais, eu perco a voz e torno-me incapaz de emitir qualquer tipo de som. Nem mesmo um gritinho. Talvez se eu abraçá-lo tão forte, mas tão forte, ele sinta todo o meu encantamento-para-sempre. Talvez ainda não é certeza. E essa é a típica situação em que eu preciso ter certeza.

Acho que vou comprar diversos pacotinhos de chá para ele. Ele me parece gostar de chá. Não posso esquecer de carregar os pacotinhos comigo sempre que eu for ao exterior. Se o moço da alfândega me perguntar algo - é para o Clint.

Enquanto permaneço no Brasil, brinco na ciranda de nossos personagens. Os meus encontram os dele. Não, nunca ninguém namorou com ninguém. E nem vai. O Clint não é ciumento, mas eu sou.
E quem quiser caminhar pelo mesmo percurso, venha, será muito bem-vindo.

VS.

Para nascer sem morte

Tem gente que deveria nascer sem morte. Ser para sempre. É. Sem fim.

VS.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Quando a alma canta e as entranhas agonizam

Quando dei por mim estava chorando. Sei que chorei mais de duas horas e menos de cinco. Os meus olhos saltaram do meu rosto, inchados e ainda vivos. A dor era grande, o corpo latejava e as entranhas agonizavam. Eu era um cachorro com raiva.

De repente, um instante me pareceu importante. Um instante de um sorriso breve. Percebi que estava viva, que mesmo muito fraca, tinha vida pulsando no meu corpo febril. Fechei os olhos e tudo isso não durou mais do que um minuto. Minha alma cantou. E era a canção mais bela de todos os tempos. Canção esta que nem o Festival dos Festivais conheceu, nem Nina Simone balbuciou ou Lenine adivinhou. Era minha manifestação mais verdadeira. Uma verdade que eu torci para que fosse óbvia para todos os meus amantes, amores e amigos. Não era. Era um segredo. Segredo que nunca fora compartilhado ou percebido. Ele encontrava-se apenas naquele instante. Nem o caderninho secreto conheceu.

O celular piscou e eu logo vi que havia uma chamada não atendida. Número desconhecido. As lágrimas estavam secas na pele e as linhas de expressão suavizadas. Já esperei tantas vezes por telefonemas que nunca vieram. Outros vieram nas horas mais erradas. Acho que a gente demora para se entender com a vida. Às vezes parece que ela é cheia de personalidade. Sai correndo na nossa frente, decidindo tudo, sem nem nos consultar. E quando a gente pede pra ela nos ajudar, nos colocar na rua certa, com a pessoa certa, na hora certa, ela ignora ou inverte a situação toda. E então estamos naquela famosa saia justa.

Há algum tempo sonhei com ela. A vida era mais velha do que eu, mesmo que ainda minha. Eu só queria um dia com mais de vinte e quatro horas e a chance de atropelar o caminho de um desconhecido. Um desconhecido outro, não o do toque do meu celular. A vida não me concedeu esta dança. E olha que eu não queria uma dança romântica, podia ser o mais puro rock´n roll, uma dança explicitamente revoltada. Não. Fiquei sem qualquer coreografia.

Passei algum tempo recorrendo aos deuses alternativos e forças de algum lugar bem distante. Nunca citei o nome de Deus nestas preces. Cheguei a pensar que fechar os olhos e apertá-los com força, me proporcionaria aquela dança. Não. Isso é coisa de desenho animado. Não me restava mais nada. Eu poderia concentrar todas as minhas forças para esquecer, mas não quis. Preferi deixar guardado em uma gaveta que um dia ainda pudesse ser aberta. Nada de gaveta trancada. Lá está. Enquanto isso, eu danço um pouco desajeitada. Uma música qualquer, em uma rua qualquer, em um dia pouco importante do calendário. Coreografia nada ensaiada, mas este é o charme.

Em outro instante, que já se repetiu, eu chorei com uma voz de outra alma cantora. Ela disse claramente "Deus te abençoe". O mundo parou e me pareceu mais belo do que qualquer outro dia. Resolvi então, fazer diferente. Aquela possível dança guardada poderá ser concedida se minha alma cantar como aquela outra voz. Eu acredito nisso neste exato momento. Talvez daqui cinco minutos tudo se perca. Sem mais.

Deus te abençoe.

VS.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Nota rápida sobre e para o criador

Tá na hora de arrumar essa bagunça toda. Jogue o que tiver que jogar no lixo. Guarde só o que for de verdade. O quarto vai ficar bem mais bonito assim. Não vale doar nada, não assim.

Começar pelo começo talvez ajude. Se o começo estiver com cara de fim, leia um livro e pegue no sono. Se estiver com cara de meio, repense se você não está confundindo meio com começo.

Boa sorte.

VS.