segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Sonho e a Pele

Duas pessoas na parede. Voracidade e algumas roupas no chão. Foi isso que aconteceu no apartamento 112 daquele edif'ício antigo do bairro Parisiense. Não estamos em Paris, mas o bairro recebeu este nome por sua grande similaridade com a bela cidade da luz. Ela se irrita com a infiltração do prédio, mas já é conhecida por todos e não há quem não queira ajudá-la com algo. Nem sacolinha do supermercado ela carrega. Talvez por isso o porteiro a chame de madame. Responsabilidade dele este mimo todo. Ela só sorri e agradece.

Aqueles dois viveram aquele momento como se fosse o último de suas vidas. Havia um desejo latente que explodiu sem pedir licença. Algumas horas se passaram até os dois corpos cairem cansados no chão. Uma exaustão com um breve fim, já que tudo começaria de novo em instantes. Eles não podiam perder tempo, não mais do que já tinham perdido. Viviam agora na maior luxúria de todas e na vontade mais dilacerante de todos os tempos. Desejo que morde.

Logo anoiteceu e eu pouco pude entender o que acontecera. O abajour da sala estava aceso, mas os dois já se encontravam no quarto. A iluminação era escassa e indireta. Gemidos eram ouvidos e se davam em uma mistura de prazer e ansiedade. Calma. A ansiedade já poderia partir, aqueles corpos estavam quase que fundidos.

(continua).

VS.

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