quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Algum masculino



Eu nunca consegui entender a sua fuga. A sua covardia ridícula. Você me disse " você tem que entender!", e sabe de uma coisa? Eu não tenho que entender porra nenhuma e nem quero. Você não acha um pouco demais da sua parte, dizer que me ama, me amar (porque sim, você me amou), me largar sem mais nem menos e ainda pedir para que eu entenda? Querido, você passou dos limites. A sua sorte, ou melhor, a minha sorte, é que eu ainda acho que você é só um covarde, enquanto eu poderia achar e gritar em alto e bom som, que você é o maior escroto do mundo!

Eu sei que quando eu ligar um foda-se para este entendimento todo, você vai se tornar o maior escroto. Isso me alivia. Porque é o que você é. Não me interessa quantos problemas você tem, se seu pai não te deu o carrinho de controle remoto que você queria quando era pequeno, se sua mãe não dizia que você era o filho mais lindo, saiba, você tinha obrigação de ser decente. Nunca nem pedi para que me amasse, mas respeito e decência oras! Agora eu quero ver, vá no almoço aos domingos na casa de seus pais e conte como foi você desrespeitoso e covarde.

Você tinha que ter medo de não ser amado,  mas você foi e sabia disso. Fugiu do amor que te fazia bem pra ir atrás do nada ou de alguém que te ame menos. Você quer menos? E eu ainda vou torcer para que você seja feliz com alguém que te dê pouco, e mais, que sinta-se satisfeito com isso. E no final, eu vou ter que ter muito cuidado para não sentir pena.

VS.

27 comentários:

zalop disse...

é isso aí. Sofre canalha!
Bjs
Fofinha

Vivi disse...

Sabe, têm horas, fico abismada com algumas coisas que você escreve, parece que você lê meu coração.
Acho que eu já te conhecia de outros carnavais, bem antes daquela noite fria em Santana do Parnaíba, quando você me pediu que arrumasse aquele lencinho verde no teu pescoço.

Linda!

Bjcas

Luiza Rudge Zanoni disse...

Fofinha, que bom vc por aqui. Minha Blair!

Vivi, sua linda de morrer. Acho que a gente se entende de outras vidas mesmo!

VS.

Livia Lacerda disse...

Términos de namoros são péssimo.
Melhoras, querida!

Luiza Rudge Zanoni disse...

Livia, não terminei namoro não! Fica tranquila!!

Livia Lacerda disse...

Ué!?!?!
Não entendi nada então!
rsrs

Luiza Rudge Zanoni disse...

Livia, nem tudo aqui é sobre mim. Ficção. Eu escrevo. Vai lá no marcador "literatura" e veja uns textos. É tudo ficção. E eu não estou passando por isso, mas desmascarando um pouco, a gente chega em algum ponto da vida como ela é!

Livia Lacerda disse...

Incrivel!

Luiza Rudge Zanoni disse...

Beijo pra você, querida. Fique por perto!

Sr. Gibi disse...

Viva o desabafo, ficticio ou real ele sempre faz bem! Beijao

fabiana maluf disse...

alguns realmente escolhem ter menos - ou serem menos.

o seu "menos" é o mesmo "menos" do outro?

escolhas alheias não justificam faltas de decências, nem covardias.

mas nos permitem conhecer aqueles que as fizeram.

os contextos variam...
;*

Luiza Rudge Zanoni disse...

Bonito, ufa!

Bizu, tem gente que não tem a chance de ter muito, mas tem gente que tem e escolhe não ter. O assunto é amor. Aí essa escolha não faz sentido pra mim. Lamentável.

Anônimo disse...

E sai fora q tu é ex!
RÁ!


Bjo!

Luiza Rudge Zanoni disse...

O buraco é mais embaixo.

Dani Fernandes disse...

Existem pessoas que vieram ao mundo pra fazer a coisa valer a pena. Uma delas é você.
Outras pessoas vieram ao mundo pra serem levadas pela maré, pra serem acomodadas, pra enganarem a si próprias. Uma delas é ele.
Anyway, esgote as possibilidades!
Bj

Unknown disse...

Ah, o amor!
Acho que a covardia resume bem o seu texto.
Mas pior seria pensar que esse ser possa ter tido medo e se acovardou, mas o amor continua intacto e escondido só pra ele.
Um covarde que vive na solidão dentro de si, alimentando um câncer de dor imensurável. Uma úlcera que o corrói todas as entranhas lentamente quase que como uma navalha cega a descer pelo esôfago até chegar ao reto.
E é tudo torto. O anjo torto. O avesso.
Vai ver, ao contrário do que disse a moça acima, ele nem se engana... é mais culpa do espelho que quebrou pra não ver estampado em sua face mal lavada a realidade. Quebrou com um soco. Dois. Até três... quase mil e agora tem um sangrar sem fim bem nas mãos. É assim que lava a cara. Um sangue diabético e bêbedo que nunca coagula e tão ralo que sempre traça seu caminho com gotas quase rosadas no chão. Não sabe pra onde vai. E tem medo de voltar porque tem sangue nesse regresso. Mais medo ainda de seguir.

E agora, José?
Será que és mais um Lobo da Estepe?


"Somente com o coração nós podemos ver com clareza. O essencial é invisível aos olhos."
Saint-Exupery

Luiza Rudge Zanoni disse...

Dani, respirando!

Ian Curtis, muito bem colocado! Você consegue me dizer da onde pode vir este medo de viver e de seguir, sem recorrer ao Freud? Eu achava que o mais difícil era amar muito, depois de se saber que ama e assumir, imaginava que viver este amor não fosse impossivel. Alias, se fosse comigo, acredito que explodiria de felicidade em saber que posso viver algo tem grande. Porém, tem gente que diz não mesmo sabendo que vai guardar este amor pra sempre. Te pergunto, depois de um tempo, esse amor vira o que dentro do corpo? Pó?

VS.

Unknown disse...

Ah! Só hoje vi sua resposta... Acho que a melhor resposta está na Rosa Púrpura do Cairo. Às vezes a realidade se confunde com essa idealização de amor eterno dos filmes. Quantas pessoas juraram amar tanto e tiveram que pagar por isso, seja por amor não correspondido, seja por traição. Aí então cria-se um muro em torno desse peito ferido e qualquer outra pessoa que tente atravessá-lo pode pagar pelo trauma de histórias passadas. "É bom demais pra ser verdade. Vou sofrer".
Agora... o que acontece com esse amor depois de um tempo? Creio que ele não deixa de existir. A pessoa segue com a vida que escolheu, a protegida, não se entrega, mas sabe que sofre também por não ter lutado, por não tê-la vivido. Deve virar um câncer. Vai saber.
Só terapia mesmo.

Bom fim de semana!

Luiza Rudge Zanoni disse...

Ian Curtis, suas palavras não parecem de quem escreveu "she lost control" Rs. Será que vira câncer? Será que vira tempo perdido? Um beijo, VS.

Unknown disse...

Ha! Mas she lost control. Ao menos no filme, completamente louca. Talvez estivesse esperando por uma chance de não cometer o mesmo erro. O difícil é o raio cair duas vezes no mesmo lugar.
E deve virar um câncer, sim. Uma hora será preciso decidir entre a vida e a morte. O organismo vai cobrar. Resta saber quem é forte, quem é covarde.
Vira tempo perdido, com certeza,
já que, definitivamente, se perde o controle dos sentimentos, mas é preciso se adaptar à realidade pela qual se optou.
Já vi muitos casos desse. O pior é que a maioria já passou dos 45 anos e não tem perspectiva nenhuma. Não acredita mais em recomeço, nem em si, nem no outro.
É triste.

Luiza Rudge Zanoni disse...

E para os que já se assumem covardes antes mesmo dos 30? A pena que sentimos por estes aumenta?

Ian Curtis disse...

Mas aí existem os fatores externos também. Quantas realidades! Tem que saber se a pessoa tem estabilidade antes dos 30 pra sustentar o sentimento. Vai que algum dos dois precise trabalhar fora e não consigam se ver.
Nesse caso teria pena de ambos.
Ter que se afastar por fator externo é muita sacanagem. rs. Mas acredito que essas histórias ainda podem render.
É muito complicado julgar tudo isso, viu. Tudo depende do contexto, da realidade de cada um e do tamanho real do sentimento mesmo. Quanto ele pode aguentar.
É covardia?

Luiza Rudge Zanoni disse...

Se a pessoa diz amar e não "poder", eu acho que é covardia. Medo de viver algo maior. Isso pode ser genuíno, mas não deixa de ser covarde. A covardia nem sempre tem que ser esfregada em nossas caras. Pode não se ter problema nenhum em ser covarde, não?

Ian Curtis disse...

Rs.
Então, indo por este raciocínio, dê uma saída para pessoas que moram em regiões diferentes e não tem condições de se encontrar.

Luiza Rudge Zanoni disse...

Mas estas pessoas não cabem aqui. Quando eu falo de não "poder", é um poder relacionado ao envolver-se. E o obstáculo não está na distância. Falo das pessoas que escolhem não viver algo maior, mesmo quando assumem sentir algo por alguém. Por isso falei em covardia.

Ian Curtis disse...

Realmente já estava indo pra outro lado quando resolvi reler o texto. Não sei se é ou não ficção, mas captei a idéia. Tteria que realmente entender o que faria o sujeito querer o pouco. Se realmente quis é porque tem medo, sim. E não conseguiria culpar esse tipo de pessoa. Fora isso, concordo. Decência, por favor.
Te aconselho a não ficar pensando em coisas ruins pra esse sujeito. É atraso de vida.
Vai que você deseja o bem e ele se toca e te pede perdão?

:)

Luiza Rudge Zanoni disse...

Eu não desejaria nada de mal não. Quem sou eu para fazer isso? Isso também é só um texto que revela uma situação.

Obrigada por todos os comentários e por ter desenvolvido a idéia mais a fundo comigo. É bacana quando consigo trocar tantas informações com alguém, que acabo tendo vínculo apenas por aqui. Um beijo grande.