Serena, com alguma euforia e morta de vontade de brincar de bolhinhas de sabão.
Foi exatamente assim que eu me senti após o show da Letuce, que rolou nesta 3a feira, no Sesc Pompéia.
Letuce era uma semi-novidade na minha vida. Semi porque parte da banda, a parte "Let", eu semi-conheço. Depois eu explico esse "Semi", ou deixa pro Freud. O que importa é que Leticia Novaes e Lucas Vasconcellos são um verdadeiro evento. A Leticia sempre fez stand-up comedy e sempre foi hilária, já o Lucas era o namorado da Leticia. É. E depois de canções inusitadas e bem-humoradas, como "Tuna Fish", "Potência" e Darwin's Fairy Tale", a Leticia passou a ser gente-que-faz-muito-e-bem e o Lucas também. A moça tem 1.80, esguia e magrela, e consegue espalhar amor, sorrisos e risos tímidos, daqueles que no início, não entendem suas letras.
A ginga de Leticia sacode, e olha que ela não dança. Entre uma música e outra, ela é graça. Dada. Mágica. Adoradora de insetos, como ela mesma faz questão de deixar claro. Tudo que parece um pouco estranho torna-se obviamente delicioso. Uma libélula no palco. Foi este o inseto que escolhi para ela. Achei que barata era so-last-decade-demais e joaninha de pouco reboliço.
Quem não conhece, conheça. As letras impensáveis ganham tom e dom na performance de Letuce. Com carinho, balinhas coloridas e esmalte lilás, hoje o dia é seu Leticia, mesmo sem saber quanto que dá.