Nunca colhi morangos e nem pitangas, Não fui uma criança que cresceu em fazenda e subiu em árvores. Nem comi manga da terra. Porém, tenho aprendido a colher. Já há algum tempo venho colhendo momentos para ver se consigo guardá-los para sempre comigo. Mais ou menos como faço com os diamantes.
Deitar no chão, seja ele de grama ou de cimento, e observar a corrida das nuvens, é algo que me faz mais do que bem. Preste atenção como aqueles conjuntos de vapores parecem mágicos e como é interessante tentar compreender que eles recebem o nome de nuvem. Me percebo neste momento e faço o desejo de que ele dure para sempre. Eu sei que não é a mesma coisa que jogar moedinhas na fonte, disputar o cilho de alguém juntando os dedos e nem mesmo olhar uma estrela cadente. Mas eu já fiz inúmeros pedidos nestas situações e não lembro de ter realizado algum. Agora resolvi fazer um pedido sozinha mesmo, sem qualquer elemento externo. Tá, na hora contei com a boa vontade das nuvens, para que elas torcessem a meu favor, mas só também.
Precisei levantar do chão e não pude ficar contemplando aquilo chamado de nuvem. Fiz diversas coisas desde aquele momento até agora, mas como ele não foi encerrado como deveria e, eu acabo confessar que eu queria ele pra sempre, guardei aqueles minutos no coração e deixei em stand by. Dava para deixar nos modos: hibernar, dormir, desligar, como em um computador. Mas resolvi deixar em stand by, porque aí fica uma luz piscando e eu consigo sorrir com o pisca-pisca sempre que quiser.
E assim meus dias passam. Achei de bom tom e necessário, arrumar outra sacolinha. Agora para os momentos. Achei que era prático e conveniente carregá-la junto com os diamantes. Daqui a pouco vão me chamar de sacoleira, mas tudo bem, quem disse que um dia não vou importar e exportar momentos?
Aliás, quanto custa um sonho? Andei pensando em comprar alguns.
VS.
12 comentários:
ohh well my dream is have you only to myself.
put you in a little box and keep it forever and ever.
it must sound corny but that is how i feel at the moment.
i miss you sweetheart
roie
Ai.. a realização de um sonho. O que pode ser mais prazeroso? Isso me remete a infância.. época em que a vida tem mais cores e acreditamos nos nossos sonhos como se realmente tudo fosse possível.. E será que não é?! Pensarei.
Anderson, tenho tentado aplicar as cores da infância nessa vida de adulto. Tá funcionando acho. A miopia me trai por instantes, mas eu travo uma batalha com ela e pronto.
Beijo. VS.
Rô, vem logo pra cá e vamos pensar nos nossos momentos.
Seu tom letárgico e poético faz-me rir de mim mesmo. Enxergo em você, o mesmo distanciamento do famigerado "real objetivo", que sempre me habitou, mesmo que algumas vezes a contragosto. O impulso à contemplação atrelado a uma sensibilidade que aflora em todos os poros, produzindo um suspiro perfumado no peito, um alento sublime, uma introspecção profunda, beirando o onirismo... descendo no buraco da árvore.. se deparando com o espelho.. nuuuuuuuvvvvvvvvvveeeeens... vvvvvvoaaaammmmm.... vvvvusshhhhh... sssssibilando como o vvvvvvvennto....
distante do make money make money make money be somebody be somebody be a monkey be a monkey.. play the game play the game....
vvvvôooo longe desses cânones da inverdade...
Assim como vc... parece que minha vida interna é infinitamente mais rica... e observo a liberdade quase ficcional das nuvens... em um fim de tarde.. o céu pintado em um tom feérico... lá em cima me enxergo, aqui em baixo me perco...
e travo uma luta para tentar ser de um mundo que não gosto... mas travo bem... tenho até minha própria máscara, olha só que belezura ... mas meu espírito busca o incognoscível... eu me coleciono... quando apareço, cá em baixo, como sou, lá em cima....
Marcelo,
acho que vc é um bom observador.
continue por aqui.
beijo, VS.
E eu que me perdi nas palavras dele? ..rs
Sempre fui um bom observador, mesmo na época da faculdade, mas vcs não percebiam, só viam a máscarazinha e seus gracejos... Também pudera, tenho minha parcela de culpa, afinal nunca facilitei a entrada de ninguém. Precisa ter convite especial... adquirido nas nuvens.. aparecendo por um átimo quase imperceptível...
Uau.
marcelo, olhe o céu. VS.
Postar um comentário