Eu nunca colecionei pedras. Aliás, eu nunca colecionei nada. Nem revista Capricho, nem selos. Eu tive um punhado de chaveiros antigos e moedas, mas era tão punhado que nunca atribuí a palavra coleção. Eu ganhei um álbum repleto de papéis de carta uma vez, da minha bisavó. Ela colecionou quando pequena, e depois minha avó entrou na onda. Acabei ganhando delas, mas uma coleção nunca construída por mim.
Sempre que vou ao aeroporto, passo em frente a uma loja de pedras preciosas brasileiras. Nunca dei bola. E tem gente que tem diversas em suas casas, que viram verdadeiros adornos. Um belo dia, de um tempo um pouco distante, ouvi de uma amiga minha, que raramente vejo e que, quando vejo me surpreendo com alguma frase, a seguinte coisa: Lucy in the Sky with Diamonds!
Perguntei se ela gostava tanto assim de Beatles. Ela me respondeu, com um sorriso no rosto, que ela estava me chamando, e não lembrando de um nome de uma música dos Beatles ou cantarolando. Fiquei alguns segundos pensando, já que não me chamo Lucy. Antes mesmo de ter entendido, ela me ajuda e completa: você é a minha Lucy in the Sky with Diamonds. Nem sou grande entendedora de Beatles e muito menos de pedras preciosas, então não podia fazer qualquer análise sobre essa frase. Logo, achei bonitinho e isso me bastou.
Meses depois ou quase um ano, conheço uma garota chamada Sharon. Ela era a garota dos olhos de muitas pessoas. Amigos meus teciam elogios a ela o tempo todo, o que já me fez conhecê-la com outros olhos. Bastou tomar um milk-shake tarde da noite e trocar cinco palavras que eu senti algo especial. Aquela menina poderia ser uma grande amiga. Porém, achei melhor não explicar este especial, porque a partir do momento que eu explicasse, estaria definindo algo e, logo, limitando. Queria algo sem o limite, com reticências, sabe?
Nunca precisei dizer isso para ela. Nos aproximamos e ela enxergou que o meu coração sorria na presença daquele ser pequenino e especial. Ela me olhou e disse: estou aqui e sou feita de verdade. Pronto. Ela acabara de se tornar minha menina-de-verdade. Mas meu coração sorriu tão lindamente nesse momento, que parecia uma pequena explosão com barulhinho-plim. Achei tão mágico. Tive vontade de colecionar isso, e foi assim que comecei a colecionar diamantes. Eu gostava muito mais desse tipo de diamante do que daquele que vendia na loja. O preço desse era bem mais justo!
Desse dia em diante eu resolvi que queria colecionar diamantes, mesmo que a raridade deles me fizesse ter uma coleção pequena demais. Fico sempre atenta por aí, para saber se tem um diamante ao meu lado e ninguém viu.
Hoje eu tenho uma sacolinha de pano com diamantes. São tão poucos que conto em uma mão só e ainda sobra dedos. Ontem, por um momento muito breve, pensei em abandoná-la em algum canto, por não saber se eu merecia aquilo ou não. Mas aí lembrei que, muito recentemente, ouvi de outra pessoa que fez plim e que também é pequena, a seguinte frase: não é uma questão de merecimento. Eu sorri quando ouvi e, no momento do quase abandono da minha sacolinha, eu sorri de novo ao lembrar disso.
A sacolinha continua aqui, quase que dentro de mim, de tão bem guardada.
VS.
Sempre que vou ao aeroporto, passo em frente a uma loja de pedras preciosas brasileiras. Nunca dei bola. E tem gente que tem diversas em suas casas, que viram verdadeiros adornos. Um belo dia, de um tempo um pouco distante, ouvi de uma amiga minha, que raramente vejo e que, quando vejo me surpreendo com alguma frase, a seguinte coisa: Lucy in the Sky with Diamonds!
Perguntei se ela gostava tanto assim de Beatles. Ela me respondeu, com um sorriso no rosto, que ela estava me chamando, e não lembrando de um nome de uma música dos Beatles ou cantarolando. Fiquei alguns segundos pensando, já que não me chamo Lucy. Antes mesmo de ter entendido, ela me ajuda e completa: você é a minha Lucy in the Sky with Diamonds. Nem sou grande entendedora de Beatles e muito menos de pedras preciosas, então não podia fazer qualquer análise sobre essa frase. Logo, achei bonitinho e isso me bastou.
Meses depois ou quase um ano, conheço uma garota chamada Sharon. Ela era a garota dos olhos de muitas pessoas. Amigos meus teciam elogios a ela o tempo todo, o que já me fez conhecê-la com outros olhos. Bastou tomar um milk-shake tarde da noite e trocar cinco palavras que eu senti algo especial. Aquela menina poderia ser uma grande amiga. Porém, achei melhor não explicar este especial, porque a partir do momento que eu explicasse, estaria definindo algo e, logo, limitando. Queria algo sem o limite, com reticências, sabe?
Nunca precisei dizer isso para ela. Nos aproximamos e ela enxergou que o meu coração sorria na presença daquele ser pequenino e especial. Ela me olhou e disse: estou aqui e sou feita de verdade. Pronto. Ela acabara de se tornar minha menina-de-verdade. Mas meu coração sorriu tão lindamente nesse momento, que parecia uma pequena explosão com barulhinho-plim. Achei tão mágico. Tive vontade de colecionar isso, e foi assim que comecei a colecionar diamantes. Eu gostava muito mais desse tipo de diamante do que daquele que vendia na loja. O preço desse era bem mais justo!
Desse dia em diante eu resolvi que queria colecionar diamantes, mesmo que a raridade deles me fizesse ter uma coleção pequena demais. Fico sempre atenta por aí, para saber se tem um diamante ao meu lado e ninguém viu.
Hoje eu tenho uma sacolinha de pano com diamantes. São tão poucos que conto em uma mão só e ainda sobra dedos. Ontem, por um momento muito breve, pensei em abandoná-la em algum canto, por não saber se eu merecia aquilo ou não. Mas aí lembrei que, muito recentemente, ouvi de outra pessoa que fez plim e que também é pequena, a seguinte frase: não é uma questão de merecimento. Eu sorri quando ouvi e, no momento do quase abandono da minha sacolinha, eu sorri de novo ao lembrar disso.
A sacolinha continua aqui, quase que dentro de mim, de tão bem guardada.
VS.
7 comentários:
as palavras não são tão minhas amigas quanto são tuas.
mas a ferramenta ser outra quando a finalidade é a mesma causa encontros.
e este foi um dos encontros mais mágicos que já tive.
de verdade.
de verdade.
... excelente
um beijo para os dois.
obrigada.
VS.
identifico-me com seus textos de uma certa forma.
estou passando por alguns conflitos amorosos e outros tão pessoais que às vezes nem sei aonde estou me metendo.
Acho que não sei na maioria das vezes.
Sei que não é psicóloga...
Mas o que faria se o amor da sua vida te deixasse sem nem dizer adeus e depois aparece dizendo que te ama, mas precisou sumir? O príncipe precisa de mim?
não sei...
fico me perguntando se preciso mesmo de um amor... e se preciso desse amor. Será que é ele?
será que tudo está em torno de mim.. assim... tão EU? Ou então, tenho alguma missão? O que sinto, afinal?
Tenho achado o querer, o amar, algo um pouco egoísta...
Se estava com ele, ainda faltava algo... Se estava sem ele... o mundo era vazio.
Era até um homem bom em alguns momentos... mas em outros, era preciso que me anulasse pra que a virilidade dele continuasse acesa.
Não tenho a menor idéia do que você vai imaginar de mim.. escrevendo todas essas coisas, chapada, a essa hora.... saindo do 2o casamento mal sucedido...
Mas, juro, identifiquei-me com o mundo pintado por suas letras...
E senti-me à vontade pra isso. Posso?
Tenho dedos pra tudo, ms. Scott.
Mas, juro... o que vc faria?
O que faria... se estivesse desarmada em frente a um inimigo munido de armas até os dentes?
Afirmaria o que você é... ou sucumbiria pra sobreviver?
ps: apaga meu comentário?
é por essas e outras que a "finitude da vida" vale a pena, muié. beijinho
Salve!
Beijos, VS.
Regi, suas palavras me fizeram pensar diversas coisas!
Se quiser conversar um pouco, pode me escrever para
luizazanoni@hotmail.com!
Beijo.
VS.
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